JÚLIO POMAR (1926)
O
Almoço do Trolha, 1951
Litografia
s/ papel, c. 44 x 61 cm
«Voltando
sempre à Sala de Ruth agora para
olharmos o Almoço do Trolha de Júlio
Pomar (1926). Podemos ver nesta obra histórias de vários náufragos…Mesa-mar
onde, meia comida, como barco sobrevivo a grande tormenta, a fatia de melancia
repousa, com arribas funestas, de picos agrestes, no horizonte. Em planos mais
próximos, vai a colher à boca do menino, como barquinho de ternura, qual
salva-vidas de um pai que dá tudo o que tem, náufrago da vida, de um fascismo
cor-de-rosa pálido, em que dos pés da mãe se pressupõem novo naufrágio, enquanto
um tem “bote” o outro, descalço, é como se fosse náufrago caído, enquanto a
pomba assiste e espera que as águas desçam, para encontrar pouso em terra e
trazer essa nova… Outra leitura, outro entendimento, a mesma obra. A obra de
arte está sempre aberta». (Dora Iva Rita 2015)
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