Luís Herberto, Dançam nos meus passos...,2011. Óleo sobre tela, 195 cm x 292,5 cm.
19/11/2011
18/11/2011
Dos corpos pouco gloriosos
DOS CORPOS POUCO GLORIOSOS
A primeira evidência que se destaca da nova série de trabalhos de Luís Herberto é a sua qualidade retratística. Todos eles foram realizados a partir da pose dos modelos com quem habitualmente trabalha. Não lhes conhecemos os nomes. Mas podemos identificar com facilidade as feições e os modos, os gestos dos corpos que se prepararam para ser olhados por durante um período de tempo mais ou menos longo, a roupa, enfim, que quase sistematicamente traduz a idade, o lugar social e a função: jovem ou adulto, trabalhador ou ocioso, talvez um (ou uma) colega ou um amigo. Ou mesmo, nada de tudo isto: o retrato, ao fixar na tela a imagem da pessoa retratada, tem esta capacidade de convocar no observador a projecção psicológica e vivencial do retratado. Que pode, ou não, coincidir com a verdade. (Ler o texto de Luisa Soares de Oliveira)
A primeira evidência que se destaca da nova série de trabalhos de Luís Herberto é a sua qualidade retratística. Todos eles foram realizados a partir da pose dos modelos com quem habitualmente trabalha. Não lhes conhecemos os nomes. Mas podemos identificar com facilidade as feições e os modos, os gestos dos corpos que se prepararam para ser olhados por durante um período de tempo mais ou menos longo, a roupa, enfim, que quase sistematicamente traduz a idade, o lugar social e a função: jovem ou adulto, trabalhador ou ocioso, talvez um (ou uma) colega ou um amigo. Ou mesmo, nada de tudo isto: o retrato, ao fixar na tela a imagem da pessoa retratada, tem esta capacidade de convocar no observador a projecção psicológica e vivencial do retratado. Que pode, ou não, coincidir com a verdade. (Ler o texto de Luisa Soares de Oliveira)
17/11/2011
Luis Herberto: Nós e todos os outros...
«Nós e todos os outros…» é o título de uma exposição nos espaços do Instituto Superior de Economia e Gestão nos quais se podem ver as mais recentes obras de Luís Herberto. A inauguração tem lugar no próximo dia 23 de Novembro de 2011 às 18 horas e a exposição encerra no dia 26 de Janeiro de 2012.
ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão. Rua do Quelhas, nº 6 em Lisboa.
Horário: 2ª a 6ª feira das 9h às 21h e sábado das 9 às 14h. Encerra aos domingos e feriados.
Luís Herberto
NÓS E TODOS OS OUTROS…
A exposição de Luís Herberto no Instituto Superior de Economia e Gestão enquadra-se num projecto que conta com a colaboração da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. A colaboração entre estas duas instituições de ensino superior acontece por causa do interesse, da sensibilidade e da partilha das questões artísticas e culturais do nosso tempo e por causa da oportunidade de se seleccionarem e mostrarem projectos artísticos relevantes, independentemente do seu estado evolutivo poder situar-se nos domínios da génese ou da maturidade.
No caso desta exposição, que se inaugurará no dia 23 de Novembro de 2011, estamos, seguramente, na presença de um trabalho de grande maturidade, resultante do processo criativo de Luís Herberto, fundado na investigação continua em arte que a profissão de pintor requer.
Neste seu projecto artístico, Luís Herberto faz-nos reviver a boa pintura da tradição figurativa da cultura ocidental, expressiva pelo toque, pela denúncia dos gestos e pela insinuação de um tempo-espaço que apenas essa área da expressão artística consegue transmitir. O recurso ao modelo é uma metodologia constante para a representação de atitudes e acontecimentos cuja veracidade extrapictórica é irrelevante. Mas não é irrelevante o modo como o sentido pictórico de L.H. nos mostra esses modelos.
Eles atingem a dimensão de grandes protagonistas, mantendo no entanto velados os conceitos de retrato ou auto-retrato enquanto géneros. Os seus modelos, na intimidade do estúdio, predispuseram-se ao trabalho de serem os representantes de uma geração. Eles estão envolvidos em cumplicidades insinuantes aos olhos do observador, o qual inevitavelmente se confunde entre aquilo que se percepciona e a materialidade física de obra feita com os gestos que modelam as formas, os espaços, a luz e a cor.
A pintura de Luís Herberto recupera, sem preconceitos, os processos oficinais tradicionais, impregnando-a com a dimensão pertinente que a nossa actualidade exige.
Ilidio Salteiro, 2011.
31/10/2011
Inauguração da exposição «Palavras-chave»
Da esquerda para a direita: Ilidio Salteiro, João Paulo Queiroz, vice-director da FBAUL, João Luis Duque, Preidente do ISEG e Marco Moreiro, autor do Tijolo Branco (uma construcção em papel A4 sobreposto).
30/10/2011
Palavra-chave (10)
SAMUEL DUARTE
A partir de imagens de explosões de um conjunto de objectos, então fragmentados, surge o caos pictórico. É assumida a fragmentação do objecto, tendo em conta os seus elementos estruturais e não a sua unidade enquanto forma. A estrutura de uma pintura é o desenho e tudo o que lhe é inerente: os seus elementos básicos como a linha, a mancha, os espaços e a cor.
Assim, o objecto esboçado repercute a gestualidade e a impulsividade desses mesmos elementos, como uma explosão. As formas avançam em direcção ao espectador, consciencializando-o da profundidade, espaço e relação entre as mesmas. O dinamismo e a agressividade são reforçados pela gestualidade que o material riscador (material que mais se relaciona com o desenho do que com pintura) proporciona.
Os objectos assumem-se então como poeiras, restos, deixam de ser objectos. Tornam-se formas indefinidas, quase sem contorno, que se fundem e desvanecem no próprio fundo/espaço.
Samuel Duarte, Outubro 2011
29/10/2011
Palavra-chave (9)
TIAGO PEREIRA DE ALEXANDRE
Interna, Urbana eterna.
Dois desenhos: É prática corrente sair do atelier como forma de distanciamento do que estou a fazer e dar longas caminhadas, vaguear pela cidade. Nestas caminhadas tendo a agir como um caçador recolector de informação visual e de material para os próprios desenhos. Tendo a pegar em material orgânico. Pequenos objectos como sementes de árvores, folhas, ramos com formas atractivas, restos orgânicos, coisas que me agradem e que aparentemente foram perdidos, deixados e ignorados. Coisas sem valor aparente mas que a mim me despertem algo pela sua forma, textura ou cor
Os primeiros desenhos tinham o carácter de registo, quase obsessivo, uma espécie de desenho científico. O trabalho começou a tomar direcções apenas quando apareceu. Ao observar o conjunto de desenhos apercebi-me que aqueles registos que em tanto investi para serem tão explícitos poderiam ser aquilo ou outra coisa qualquer. Sugeriam desenhos anatómicos, as notas e as legendas faziam com que parecessem material de estudo e investigação arqueológica, tudo menos o lado naturalista talvez ambicionado. Aumentei a escala. Essa escala suscitou a experimentação de novos materiais e registos expressivos. Os objectos ganharam forças visuais distintas e passaram a ser constituintes de um todo. A Paisagem.
Foi muito importante a articulação entre a figura e o fundo, neste caso o próprio suporte, o papel. O enquadramento e o jogo de equilíbrios e desequilíbrios no espaço do desenho são as minhas fortes motivações no acto de desenhar.
Poisos para Pássaros: Desde a infância que a minha relação com os pássaros se estreita. Começou na época em que corria atrás dos pombos junto à igreja de Moscavide e pedia à minha mãe para me comprar sacos de milho para os alimentar, com sorte agarraria um ou outro pela asa…e as tardes, as tardes passadas debaixo de uma figueira de pistola de pressão de ar em punho, as armadilhas de arame estendidas e o “bisgo”, o bisgo colocado em locais estratégicos com ou sem chamariz.
Com o tempo, a vontade de os apanhar foi diminuindo mas, em contrapartida, as caminhadas pelas Lezírias e a vontade de subir às árvores sempre que vejo um ninho têm vindo a aumentar. São muitos os pássaros do meu fascínio, ainda mais aqueles que apenas pelo seu cantar reconheço.
Há já há algum tempo que linhas verticais e horizontais se apoderaram do meu caderno, nunca tentaram de modo algum ocultar a figura humana, penso que apenas as transformaram em formas quase arquitectónicas. O espaço, esse é o meu fascínio. Os equilíbrios e os desequilíbrios das linhas ligam o chão ao céu.
A junção da palavra Poiso com a forma e as linhas do objecto formou-se a partir da poesia, ou então talvez a partir do momento em que as decidi juntar…
Tiago Pereira de Alexandre, 2011.
28/10/2011
Palavra-chave (8)
(in) visibilidades do Tempo
O encontro intermitente e subtil entre sucessivas aragens e a superfície da água move a nossa visão das árvores para os seus reflexos e destes para as árvores.
Podemos escolher ficar com as árvores, com os reflexos ou com a intermitência entre os dois estados.
(in)visibilidades são momentos; mas são simultaneamente manifestações desfasadas no tempo, de realidades distintas mas inter-relacionadas. Tal como caminho é o nome que o infinito toma quando nos segreda o mistério, também a aragem e a superfície se combinam sem provocar distúrbio na possibilidade de descoberta do mistério.
Anabela Mota, 2011
27/10/2011
Palavra-chave (7)
MIGUEL PROENÇA
«Abalar o mundo figurativo é colocar em questão as garantias da existência. O ingénuo acredita que a figura é a experiência mais segura que o homem tem de si mesmo, e não ousa negar esta certeza, embora suspeite a existência de experiências interiores. Ele imagina que, ao contrário do abismo da experiência interior, a experiência directa do seu corpo constitui a unidade biológica de maior certeza. [...]
O corpo humano, padrão de todas as formas, contem todos os elementos. A cabeça é uma bola, as pernas colunas cilíndricas, o torso um cubo, etc. Nos apreendemos os objectos e a natureza porque são construídos com formas humanas e a arte tectónica não é mais do que o colocar em conformidade do mundo exterior com os seus elementos fundamentais que vêm do homem.» (Carl Einstein, 1929-30 in Documents)
E é justamente o corpo humano que serve de base para o presente trabalho fotográfico. Mas em vez de certeza e organização este trabalho aponta para a incerteza e a desorganização da forma humana. A forma humana desfigurada, acefálica, animal, horizontal, ou seja, informe. Tudo dentro do convencionalismo da fotografia, claro está.
Miguel Proença, Outubro de 2011.
26/10/2011
Palavra-chave (6)
MATILDE CORRÊA MENDES
Três quadrados de dez metros de vento, video, 2010.
Três quadrados de dez metros de mar, video, 2010.
Se eu considerar 3 quadrados de dez metros de mar (instalação de vídeo, 2008) e 3 quadrados de dez metros de vento (instalação de vídeo, 2010) …
…“A dificuldade consiste em fixar os limites desse quadrado, porque se ele considerar, por exemplo, como o lado mais distante de si a linha em relevo de uma onda que avança, essa linha ao aproximar-se dele e ao elevar-se, esconde tudo aquilo que está por trás dela; e eis que o espaço tomado em consideração se inverte e se reduz ao mesmo tempo. Contudo, o senhor Palomar não desanima e pensa em cada momento que viu aquilo que podia ver a partir do seu ponto de observação; mas acaba por aparecer sempre qualquer coisa que ele não tinha tomado em consideração. Se não fosse por essa sua impaciência de alcançar um resultado completo e definitivo da sua operação visual, o observar das ondas seria para ele um exercício muito repousante (...). E talvez pudesse ser essa a chave para dominar a complexidade do mundo, reduzindo-o ao mecanismo elementar.” Italo Calvino, Leitura de uma onda.
Matilde Correa Mendes, 2011.
«Palavras-chave», ISEG FBA, Outubro - Novembro de 2011.
25/10/2011
Palavra-chave (5)
LUÍS BARATA
Sem título, 2011.
Técnica mista sobre tela, 82 cm x 119 cm.
Técnica mista sobre tela, 82 cm x 119 cm.
Cinco planos pintados. Em todos se faz uma alusão consciente à grelha, à grade, ao palimpsesto, numa pintura estenográfica que tende para a monocromia.
Os objectos expostos fazem parte de uma série de trabalhos cuja motivação é materializar imagens fotográficas anónimas, encontradas na internet, remetendo-as para o espaço-tempo da pintura. São representações figurativas de aglomerados urbanos disfuncionais, bastidores da modernidade, espaços de território esquecidos, velados pelos filtros dos mass media.
Esta série de trabalhos trata da função selectiva do esquecimento na construção da memória e da identidade.
Luis Barata, 2011.
24/10/2011
Palavra-chave (4)
ÂNGELA RODRIGUES
Sem título, 2011.
Acrílico sobre papel, 22 cm x 40 cm.
O conjunto de trabalhos que aqui se mostram advém da observação e estudo da paisagem. Com reminiscências do mundo rural e natural, caracterizam-se pelo singular desejo de querer reconstruir a paisagem como cenário ilimitado de vida onde os elementos se fundem em busca de novas composições, explorando graus de abstracção mais acentuados numas do que noutras. Para lá da compreensão verbal, o objectivo é estabelecer uma relação de proximidade entre a pintura e o observador, sendo este convidado a experimentar e a vivenciar cada imagem.
Cada obra é uma matriz na qual se cria, não uma representação do real mas sim, uma representação do irreal, comandada pela memória e pela experimentação, consentindo que matérias cromático-texturais desenhem os caminhos que marcam e definem cada composição.
Ângela Rodrigues, Outubro de 2011
23/10/2011
Palavra-chave (3)
ANA DO SOUTO VASQUES
Red Dream II, 2010
Acrilico sobre tela, 100 cm x 120 cm.
Este trabalho surgiu da reflexão sobre dois grupos de imagens. Um, retratando culturas antigas ou tribais (Índios Australianos ou Africanos, objectos neolíticos, paleolíticos, símbolos religiosos antigos – Arquétipos); outro retratando tecnologia de ponta (espaço e ciberespaço, cenas futuristas e física moderna – Futuro).
Estes dois universos, com, aparentemente, nada em comum, induziram-me a uma reflexão profunda sobre que relação existiria entre o passado (tão longínquo) e um futuro (ainda por concretizar). Ao longo do desenvolvimento do projecto vou entendendo o que une estes dois mundos no meu trabalho, sendo que inevitavelmente resulta numa mistura de estéticas tribais com estéticas contemporâneas.
No paleolítico a imagem era o mito e o mito gerava imagem. A narrativa do significado do desenho era simbólica: já se usavam os símbolos. O homem do paleolítico tinha como necessidade emergente o alimento, isto gerava o trabalho, que ia desde os rituais com desenhos nas paredes das cavernas ou no próprio corpo, até á caça propriamente dita, e que, consequentemente gerava o consumo de alimentos.
O consumo de alimentos seria assim o fim do ciclo e o objecto daquela “arte”.
Hoje, apesar da fome que ainda existe, o objecto dos nossos desejos alterou-se, e o significado das nossas pinturas é mais complexo que nunca.
Ana do Souto Vasques, 7 de Outubro de 2011, Paris.
22/10/2011
Palavra-chave (2)
MARCO MOREIRA
Tijolo branco, 2011.
Folhas soltas de papel A4 cortadas mecanicamente e sobrepostas em forma de tijolo,
19,5 cm x 30 cm x 16 cm.
As obras apresentadas são um conjunto de ensaios, que resultam do início de um estudo que me propus desenvolver, sobre a prática e as matérias do desenho.
O desenho pelas suas características particulares, de ser um acto muito espontâneo e imediato, de estar na génese da criação, incluindo a própria escrita, de ter sido a primeira manifestação gráfica, estética e cultural na história da humanidade, incita a uma reflexão sobre a génese de si próprio.
Desta forma, no meu trabalho procuro convocar imagens e formas, criando um jogo entre significante e significado permitindo assim que exista um diálogo com a prática do desenho e as matérias que tradicionalmente o formam: a grafite e o papel.
Marco Moreira, 06/10/2011.
21/10/2011
Palavra-chave (1)
MARGARIDA CARDOSO
Sansão, 2011.
Acrilico sobre papel, 100 cm x 70 cm.
As narrativas bíblicas do Antigo e Novo Testamento são temáticas incontornáveis na história da Pintura. É feita uma reinterpretação contemporânea tendo em conta os contextos sociológicos e os valores modernos que caracterizam o tempo actual. Nos três trabalhos expostos, só é possível descodificar a imagem através do nome ou do título que lhe é atribuído. É feita uma adaptação pictórica com base em fotografias antigas, onde os protagonistas são maioritariamente membros de uma família que, com as suas poses, vestimentas e expressões faciais, encarnam personagens e cenas do Novo Testamento. Aparentemente, está implícita uma realidade paralela: por um lado a narrativa pictórica, por outro a narrativa literária. Esta última é também uma manobra para o envolvimento do espectador, como autor no trabalho referencial do título que tece uma velatura sobre a pintura em si.
Um exemplo desta transposição é Sansão, representado como um jovem militar, trajando a farda dos comandos portugueses, de frontes sérias, em sentido, com o cabelo acabado de cortar. Conta a história bíblica no Novo Testamento que Sansão perdeu toda a sua força no momento em que lhe cortaram o cabelo. Esta aparente vulnerabilidade está presente em ambas as personagens, tanto a literária como a pictórica. As relações que se possam fazer despertam nos conhecedores da história outras conclusões e discurso. Também é este um objectivo da arte.
Margarida Cardoso, 26 de Outubro de 2011
20/10/2011
Palavras-chave - exposição no ISEG com a colaboração da FBAUL
«PALAVRAS-CHAVE»
exposição de artes plásticas
ISEG - FBAUL
OUTUBRO, 2011
exposição de artes plásticas
ISEG - FBAUL
OUTUBRO, 2011
Inauguração: 26 de Outubro às 17h.
Exposição: 26 de Outubro a 19 de Novembro de 2011.
«Palavras-chave» designa um conjunto de palavras que indicam as principais ideias de um texto. Elas sinalizam e delimitam as pesquisas necessárias a qualquer investigação. Este substantivo composto, escolhido como título de uma exposição visual, deve ser entendido como uma metáfora que justifica aparentes dissemelhanças formais e tecnológicas, que inevitavelmente resultam do carácter individual de cada projecto artístico. Mas a aproximá-los está o facto de este conjunto de obras corresponder a dez projectos estruturados em contextos de formação artística superior, muitos deles ainda em desenvolvimento, de acordo com a autonomia criativa que cada um dos seus autores determina.
Foi este o pensamento que estabeleceu os critérios utilizados para a escolha dos artistas e trabalhos que se expõem neste espaço, assim como também serviu para desenhar o conceito implicado no projecto que agora se inicia entre o ISEG e a FBAUL: autores que se encontram num processo de formação artística superior, integrados em qualquer um dos três ciclos de estudos, licenciatura, mestrado ou doutoramento.
Compreendemos que a produção artística não está dependente de uma estrutura académica, mas é nesta estrutura que se propiciam e se incentivam experiências orientadas pelo estudo e pela investigação. Estes investimentos, que no domínio artístico quase sempre começaram com idades muito jovens, quando prosseguem para níveis superiores, constituem uma mais-valia que deve ser ressalvada e valorizada, sobretudo pelas instituições que têm como missão incentivar o aprofundamento do conhecimento.
Nesta exposição, através das produções recentes de Miguel Proença, Ana do Souto Vasques, Luís Barata, Ângela Rodrigues, Marco Moreira, Margarida Cardoso, Anabela Mota, Matilde Mendes, Tiago Pereira de Alexandre e Samuel Duarte podemo-nos integrar nos seus projectos artísticos e constatar que o processo criativo é complexo e que as obras que nos são dadas a ver correspondem sobretudo a um resultado.
Cada um destes artistas corresponde a uma palavra-chave?
Metaforicamente sim, sem dúvida!
Uma palavra-chave tem um universo próprio, disponível para ser aberto, estudado e assimilado, mas também está integrada, com outras, numa estrutura coerente. Compete a cada um de nós estabelecer o grau de aproximação a esse universo, e desse modo ser também parte activa do processo criativo. O risco que correrá será somente o de percorrer caminhos desconhecidos.
Mas este risco foi sempre o mais aliciante da vida.
Ilídio Salteiro, 2011.
19/10/2011
03/06/2011
As actas do CSO'2011 - Criadores sobre outras obras
Está disponível desde 3 de Junho, no sítio do Congresso CSO, o volume de actas do último Congreso CSO´2011, decorrido na FBAUL de 15 a 17 de Abril.O volume em pdf, denominado Quando os criadores apresentam obras de outros criadores: Actas do II Congresso Internacional Criadores Sobre Outras Obras - CSO´2011 integra todas as comunicações apresentadas no CSO´2011, num total de 97 comunicações internacionais, constituindo um documento de 679 págs (16 Mb) com o ISBN: 978-989-8300-14-0.
02/06/2011
Será que o rei vai mesmo nu?... Anish Kapoor em San Giorgio Maggiore
Notes from the Venice Biennale: Anish Kapoor's 'Ascension' falls flat before big crowd
Los Angeles Times, June 1, 2011
2:04 pm
Los Angeles Times, June 1, 2011
2:04 pm
Anish Kapoor's "Ascension" simply did not rise to the occasion. The popular British-based artist has done a version of the project before in secular spaces, but this week marked his first go at a sacred space. The idea was to rig the historic Basilica di San Giorgio to create a column of smoke, or shaft of light, that appears to rise from a central well of his own design and ascend all the way to the vaulted ceiling.
But by the time the piece opened last night for the crowds, it looked more like a wisp of steam escaping from a pot of pasta, as in the image at right. The work, one of several dozen "collateral" projects connected to the Biennale, was clearly on the blink.
You might think anyone on the busy Biennale circuit would quickly move on. Think again.
The technical problems, now said to be resolved, didn't stop a steady stream of visitors from claiming the pews near the figment of an artwork and staring into space, as though some revelation were in the making.
After leaving the basilica, Rani Singh of the Getty Research Institute called it a classic case of the contemporary-art emperor wearing no clothes. "What I found humorous was watching all the people pay such close attention to this thing-to nothing."
After leaving the basilica, Rani Singh of the Getty Research Institute called it a classic case of the contemporary-art emperor wearing no clothes. "What I found humorous was watching all the people pay such close attention to this thing-to nothing."
15/05/2011
Espanha - Dora Garcia - Bienal de Veneza 2011
Dora Garcia é representante da Espanha na Bienal de Veneza em 2011.
Nascida em 1967, o seu trabalho desenvolve-se em redor das relações entre o observador, a arte e os lugares, podendo adquirir caracteristicas de performance, ciberarte e hipertexto nas quais o visitante é frequentemente protagonista de acções experimentais. Para a realização destes acontecimentos socorre-se de diversos meios de comunicação tais como o telemóvel, o computador e a internet.
The Tunnel People
14/05/2011
UK - Mike Nelson - Bienal de Veneza 2011
O trabalho que Nike Nelson (britânico, nascido em 1967) desenvolve integra-se no dominio da instalação site especific e nele o conceito de labirinto é a estrutura reconrrente. Foi nomeado duas vezes para o Turner Prieze, nos anos 2001 e 2007. Presentemente é o representante do Reino Unido na Bienal de Veneza e um dos seus trabalhos mais conhecidos é The Coral Reef (2000).
12/05/2011
USA, Bienal de Veneza 2011: Allora & Calzadilla
Jennifer Allora, Guillermo Calzadilla são a dupla escolhida para expore no pavilhão dos Estados Unidos na Bienal de Veneza em 2011.
Naturais do Porto Rico o seu trabalho combina a instalação com a performance, reflectindo análises sobre questões contemporâneas de índole geopolítica.
05/05/2011
Art for Art's Sake - Sade for Sade's Sake
Paul Chan, Sade for Sade's Sake, 2009.Artist, whose work has engaged a wide spectrum of ideas, including natural disasters religious fervors, and international war, sustain his activism, philosophical ideas, geo-politics views, and his vocation as an artist by producing art that is both politically minded and cognizant of the peripheries of philosophical thought. Sade for Sade’s Sake (2009), Chan’s piece for the Venice Biennale, a play on the phrase “art for art’s sake,” is a three-channel animation in which softly focused shadow imagery depicts human bodies in physical movement. These figures talk animatedly, argue, and plea with one another, walk and crawl, are beaten and whipped, and engaged in sexual activities and religious rituals. Interspersed among them are shadows of rectangles, squares, and other shapes that can be interpreted as art work hung on walls, windows in a room, or even devotional objects. The peace has an intuitive rhythmic structure; each forty-five-seconds scene relates to the next like stanzas in a poem. Chan’s visual takes the form of a ballad, and has a rhyming scheme of A-B-C-D. Sade for Sade’s Sake part of a series of works departing from the late-eighteenth-century figures writing offers Chan’s interpretation of the sentiments the Marquis de Sade attempted to evoke. Here are the experiences we have yet to fully understand through conscious thought: sex enmeshed with freedom, violence wrapped up with reason, art entangled in it all. [SN] Making Worlds, (catalogue), Veneza, 53rd International Art Exhibition, Marsilio, pp. 24-25
04/05/2011
02/05/2011
Sturtevant - Leão de Ouro na Bienal Veneza em 2011
Elaine Sturtevant, (ver entrevista) nascida nos Estados Unidos em 1930, vais ser homenageada, pela sua carreira, com um Leão de Ouro na Bienal de Veneza de 2011.
Todo o seu trabalho problematiza a questão da originalidade, através de cópias de obras dos mais diversos artistas, nos ambitos da pop art e do conceptualismo, como por exemplo Andy Warhol, Joseph Beuys, Frank Stella ou Felix Gonzalex-Torres.
29/04/2011
28/04/2011
26/04/2011
25/04/2011
24/04/2011
Art & Artist
The confusion between art and artist is very common. Who makes art is artist! But is this so simple?
If we ask what art is, we must ask what an artist is!
The confusion is higher when someone defines the Great Artists. Who are these great artists?
The site artfact.net shows the position of two hundred eighty-six thousand and twenty-five artists. In the first position is Andy Warhol, in the ninety-ninth position is Richard Long and Loris Gréaud, (Palais de Tokyo, 2008 and Biennale de Veneza, 2011) takes the position one thousand four hundred and fifty-three. Are these the Great Artists? And the others? Are they Great Artist too? When I will finish writing these notes many dozens of Great Artists were born.
The confusion between art and artist results of the confusion between an objective and an adjective.
The objective is the substance that constitutes the essential in building the human values, whatever form that man can however acquire in the logic of Darwin's evolutionary framework.
The adjective is just a degree qualification, which is often applied in a pejorative way to accept what in fact has not been learned yet. The value of this adjective undulates, oscillates or fluctuates in accord with each of us, can not be deliberated by anyone.
When we only see the adjective, we see the artist higher than art. This confusion is not right and can be danger! If persists, will persist also the faith or the belief in dehumanization or the individual against the collective.
Recently were wroten critic words about the work that Susan Philipsz presented in Tate Gallery and that make her the winner of the Turner Prize 2010: It’s not art! It’s music! But nobody critiqued Susan Philipsz like musician. Everybody see her like an Artist that makes something: this something will be art. This is true? I am afraid is not!
So, it is urgent the construction of silos of humanity because we will need their food. Without the food of these silos we will be slaves in the future!
If we ask what art is, we must ask what an artist is!
The confusion is higher when someone defines the Great Artists. Who are these great artists?
The site artfact.net shows the position of two hundred eighty-six thousand and twenty-five artists. In the first position is Andy Warhol, in the ninety-ninth position is Richard Long and Loris Gréaud, (Palais de Tokyo, 2008 and Biennale de Veneza, 2011) takes the position one thousand four hundred and fifty-three. Are these the Great Artists? And the others? Are they Great Artist too? When I will finish writing these notes many dozens of Great Artists were born.
The confusion between art and artist results of the confusion between an objective and an adjective.
The objective is the substance that constitutes the essential in building the human values, whatever form that man can however acquire in the logic of Darwin's evolutionary framework.
The adjective is just a degree qualification, which is often applied in a pejorative way to accept what in fact has not been learned yet. The value of this adjective undulates, oscillates or fluctuates in accord with each of us, can not be deliberated by anyone.
When we only see the adjective, we see the artist higher than art. This confusion is not right and can be danger! If persists, will persist also the faith or the belief in dehumanization or the individual against the collective.
Recently were wroten critic words about the work that Susan Philipsz presented in Tate Gallery and that make her the winner of the Turner Prize 2010: It’s not art! It’s music! But nobody critiqued Susan Philipsz like musician. Everybody see her like an Artist that makes something: this something will be art. This is true? I am afraid is not!
So, it is urgent the construction of silos of humanity because we will need their food. Without the food of these silos we will be slaves in the future!
23/04/2011
22/04/2011
Manifesto de Istambul, Leonel Moura 2011
The Istanbul ManifestoMarcel Duchamp’s idea was to make art with the already made.
[to sign the manifesto or for commentaires send an email to arte (x) leonelmoura.com
Our idea is to make art that makes art.Manufacturing is obsolete.
Manual skill leads only to a senseless waste of time. The human artist is not a maker, but a creator. Art is a mind extension, a prosthetic, a machine that just waits to be triggered. The role of the artist is to push the ON button, giving rise to an autonomous product.
Art is fundamentally biological and evolutionary. Art is everywhere. Each life form generates a particular kind of art that spreads from simple patterns to complex symbolic communication. Organisms use chemicals, odors, touch, sounds and vision to produce art. Termites build mud structures; birds make colorful installations; whales sing. Humans assemble machines. These machines produce new designs, elaborate forms and compose images. They play music, dance and perform. Soon they will engender astonishing ideas and have futuristic visions. How can a human artist keep on making drawings, paintings or sculptures with his own hands? How can anyone still believe that art is an exclusive human feature?
A new kind of art is emerging out of proto-artificial life forms. These new artificial organisms are biological in essence. Some have tissues, some mechanical parts and others a combination of both. They think and create. Soon they will reproduce and evolve without human intervention. They will be entirely autonomous. The role of the human artist is to give birth, to activate, to let it go, to lose control. We can make the artists that make the art.
Isn’t it a marvelous sensation to see a machine creating a painting on its own? To show, before our eyes, a competence that our ancestors thought to be exclusively human? Isn’t such a painting the most amazing art work since the first cave etchings? Isn’t it the superb output of a freshly arrived intelligence on earth?
Art is everywhere. Natural life do it. Artificial life do it too. Art is beyond humankind . How can we be insensitive to this extraordinary proliferation of creativity? Why be fearful of what adds, doesn’t subtract? How not embrace enthusiastically this non zero sum game?
Human artists are part, not the whole. Human artists can make a difference by exploring the full extension of creativity. The great artist of tomorrow will not be human.
Leonel Moura
Henrique Garcia Pereira
Ken Rinaldo (04.11)
April 7th 2011, Istanbul, Galata Perform
Random postscripts (LM)
1. What changes in the observer’s perspective when it is observed by a non-human entity?[not to do with Quantum Theory (the observer changes and integrates what’s observed); and, radically not, any supernatural fantasy] [04.15]
2. Descriptions of non-human intelligent forms are subject to an inevitable anthropomorphism. We still call Queen to the reproductive module of an ant colony. But this kind of reductionism will not be possible if the entity to observe is in fact and notoriously the one that is observing us. [04.15]
3. Some of our strongest fears of generating a very intelligent artificial life form stems from this displacement of the centrality of observation that would occur. Like is the case of coming across with a very advanced extraterrestrial life. [04.15]
[to sign the manifesto or for commentaires send an email to arte (x) leonelmoura.com
21/04/2011
CSO 2011 – Silos de Humanidade.
Este foi o bonito título data à comunicação de Isabelle Cattucci da Silva para apresentar o trabalho de arte pública, intervenção e de educação artística de Joaquim Henrique de Aragão, um criador que trabalha muito perto dos seus, reflectindo e partilhando o sentir da comunidade de Iboporã (terra bonita). A simplicidade e a verdade da obra, a qualidade da comunicação e a abrangência do título confirmaram o que todos sabemos mas que frequentemente nos querem fazer esquecer: cada um de nós é o centro do mundo, um silo de humanidade ou ainda uma reserva de muitos alimentos para a alma. Obrigado Isabelle.
20/04/2011
CSO 2011 – Ciência
Em alguns debates deste congresso a questão da ciência e da arte foi aventada.
A Faculdade de Belas Artes pertence à Universidade de Lisboa (UL) que está organizada em cinco áreas. Quatro áreas do ramo das Ciências (Ciências da Saúde, Ciências e Tecnologia, Ciências Jurídicas e Económicas e Ciências Sociais) e Artes e Humanidades. Por isto a FBAUL faz parte da área Artes e Humanidades.
Sendo isto um facto do foro meramente orgânico, que aparentemente não causa nenhuma perturbação, na prática coloca as artes como sua consequência, quando na verdade são elas o elemento essencial gerador de humanidade. Sem arte a humanidade não é verificável.
Mas as Artes encontram-se no local errado tanto quando estão na prateleira das Humanidades como na das Ciências.
As Artes são uma área independente que encontra no homem a ferramenta de trabalho capaz de encher “silos” (ler o próximo post) com o alimento de que é feito o conhecimento cientifico ou humanistico.
Compreendemos sim as Artes, Ciências e Humanidades com três áreas de conhecimento distintas mas convergentes num único objectivo: as inquietações e o homem.
19/04/2011
CSO 2011 – Associativismos
Por vezes quando criadores falam de obras de outros criadores é natural que sobressaia o espírito do associativismo como uma solução capaz de dar resolução aos problemas concretos da profissão tais como assistência social, divulgação de acções, capacidade de ser parceiro social, assuntos fiscais, consultadoria estética, formação, etc… Estamos a falar de aspectos gerais e comuns a todas as profissões.
Claro que não compete a associações profissionais pronunciarem-se sobre a qualidade de cada um dos seus membros. Até não seria democrático. No entanto cada vez que este assunto se aventa no Art World existe sempre quem argumente que as associações são desnecessárias porque tudo está bem como está; os criadores que não queiram ou não saibam jogar com as regras deste jogo são apenas burros.
Mas a arte nem tem regras nem é jogo!
Afirmo isto com conhecimento de causas desconstruídas por pensamentos conservadores e situacionistas, durante os anos 80 em projectos que se estruturavam no associativismo.
Porque será que isto acontece? A fobia ao associativismo no ambito das artes? Creio ser porque o associativismo coloca em perigo o status quo: já tenho alguma experiência de vida e por isso lembro-me perfeitamente de quando duas pessoas se encontravam a falar na rua poderem ser convidadas a dispersar por autoridades policiais para não perturbarem a ordem pública.
Será que esta mentalidade ainda paira?
18/04/2011
CSO 2011 - Processos criativos
O mundo da arte (ou como referiu J. P. Queiroz , The Art World) baseado em classificações (rankings) obtidas através do cumprimento dos critérios da lei e das regras do mercado global, leis e regras que todos conhecem através de leilões, falsas vendas, falsas compras, estratégias de marketing, etc, têm como aspecto negativo o não fomentar a criação de públicos.
Desse modo, com o poder da persuasão, o público só terá olhos para identificar um First One. Mas um First One de que realidade? Da realidade europeia? Portuguesa, chinesas, ou americana? Da realidade anglo-saxónica? Mas será que esta é a única realidade? Será que nós somos anglo-saxónicos?
Com este congresso a organização teve a coragem de fazer sobressair duas realidades: a primeira será a realidade do mundo ibérico, conhecedor, culto, criativo, construtivo, capaz de formular perguntas e encontrar respostas, com uma enorme vantagem sobre todos os outros mundos que é ser simultaneamente diversificado, jovem e ancestral. A segunda tratou-se de abrir um espaço de diálogo entre criadores e as obras dos seus pares.
Esta última realidade contribuirá certamente para a urgente retirada das artes do enclave em que se situa como coisa dependente, adjacente e supérflua e vê-la como uma área de conhecimento autónoma.
17/04/2011
CSO 2011 – Criadores Sobre Outras Obras
Nos dias 15, 16 e 17 de Abril de 2011 decorreu na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa o 2º congresso Criadores Sobre Outras Obras, com cerca de 90 comunicações oriundas de todos os países do mundo de expressão ibérica. A apreciação e a revisão científica das comunicações foram feitas no sistema double blind review (revisão cega). Salientamos:
Excelente organização.
Excelentes comunicações.
Presença forte de jovens criadores.
Revelação de diferentes processos criativos.
Vontade de se construir um espaço de debate especifico da produção criativa.
Os congressistas ressuscitaram a capacidade que os credibiliza para se referirem ao trabalho dos seus pares. O desvelar do processo do outro foi o essencial de cada apresentação. A dimensão conceptual da obra não pode dar lugar ao preconceito.
Foi apresentado um vastíssimo número de ideias com uma inquestionável mais valia artística, cultural e social.
Um abraço de parabéns a todos os participantes: organizadores, palestrantes e público.
As normas de participação no próximo congresso estão publicadas na Revista Estúdio, nº 3, 2011, FBAUL, CIEBA, 2011, na qual se encontram publicadas algumas das comunicações agora apresentadas.
02/04/2011
Museu, mapa, ícone e stress
Museu é um membro da urbe. Define um centro. Este centro é um lugar sem tempo. Um lugar onde todos os tempos se encontram sobrepostos. ... O museu corresponde ao reconhecimento universal da humanidade. Mapas e mundos têm uma relação estranha: Qual deles nasceu primeiro? O mapa ou o mundo? Se os mapas representam o mundo, deveria ter sido este a nascer primeiro. Mas é frequente acontecer o contrário: Primeiro fazer-se o mapa e depois fazer-se o mundo. ... A Pintura é um mapa que faz mundos. Os ícones representam entidades estruturantes dos comportamentos colectivos. Os ícones são heróis com a função de referenciar os mundos! O que se faz primeiro? O herói ou o ícone? Há heróis sem ícone e ícones sem heróis? O mundo não é homogéneo nem rectilíneo. As janelas persistem e cada uma delas expõe um mundo diferente. ... A existência de um mundo único e verdadeiro era cómoda e estável. O contrário é stressante.
(I. Salteiro, 2011)
31/03/2011
A Pintura na relação Artes, Ciências & Humanidades
Ilidio Salteiro, O Centro do Mundo, suportes e dimensões variadas, 2007-2011.
Resumo: As artes não servem apenas para iluminar as ciências. As ciências não servem apenas para o fornecimento dos meios tecnológicos das artes. As humanidades não são apenas justificação e alimento para a arte. A arte não é apenas um testemunho. As artes, ciências e humanidades são complementares. Os seus processos de investigação são semelhantes na criatividade e nos resultados. Estes resultados, obtidos através de experiência oficinal ou laboratorial, correspondem às substâncias que fazem novos todos os mundos. A Pintura, integrada na área das artes, não é apenas forma, representação ou testemunho, não é apenas quadro nem tecnologia. Ela também faz mundos. (Ler o artigo)
19/02/2011
O Museu
Os museus são geralmente entendidos como lugares de aprendizagem e inspiração, como a casa das musas. Embora os primeiros museus tenham as suas origens nas primeiras colecções formadas na era helenista, e em Alexandria dos Ptolomeu, em particular, a instituição como a conhecemos hoje é essencialmente uma criação do Iluminismo, no final do século XVIII. Como outras instituições do Iluminismo, o museu foi interpretado com uma função educativa, como sendo um local capaz de organizar e expor os testemunhos da arte e da natureza. Inerente a esta concepção do museu é a ideia da instituição como espaço público, dedicado à difusão do conhecimento. Esta noção do museu contrasta em absoluto com o tesouro medieval ou gabinete de curiosidades da Renascença, onde as raridades eram reunidas tanto como troféus como para uma contemplação privada associada ao lazer. Mas olhar para a arte é tanto uma experiência sensorial como pedagógica. Recentemente, o museu tornou-se a catedral ou templo dos nossos tempos, um lugar de experiência "religiosa" ou quase-religiosa. A oportunidade para se usufruir de momentos tranquilos a contemplar arte, muitas vezes em espaços arquitectónicamente distintos, permitindo que o repouso espiritual e a regeneração intelectual, tão essências ao bem-estar emocional e psíquico de todos. (Ler tudo: The Museum as Muse: Artists Reflect, organizado por Kynaston McShine, Nova Iorque, MoMA, 1999, p. 7.)
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