DOS CORPOS POUCO GLORIOSOS
A primeira evidência que se destaca da nova série de trabalhos de Luís Herberto é a sua qualidade retratística. Todos eles foram realizados a partir da pose dos modelos com quem habitualmente trabalha. Não lhes conhecemos os nomes. Mas podemos identificar com facilidade as feições e os modos, os gestos dos corpos que se prepararam para ser olhados por durante um período de tempo mais ou menos longo, a roupa, enfim, que quase sistematicamente traduz a idade, o lugar social e a função: jovem ou adulto, trabalhador ou ocioso, talvez um (ou uma) colega ou um amigo. Ou mesmo, nada de tudo isto: o retrato, ao fixar na tela a imagem da pessoa retratada, tem esta capacidade de convocar no observador a projecção psicológica e vivencial do retratado. Que pode, ou não, coincidir com a verdade. (Ler o texto de Luisa Soares de Oliveira)
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