SAMUEL DUARTE
A partir de imagens de explosões de um conjunto de objectos, então fragmentados, surge o caos pictórico. É assumida a fragmentação do objecto, tendo em conta os seus elementos estruturais e não a sua unidade enquanto forma. A estrutura de uma pintura é o desenho e tudo o que lhe é inerente: os seus elementos básicos como a linha, a mancha, os espaços e a cor.
Assim, o objecto esboçado repercute a gestualidade e a impulsividade desses mesmos elementos, como uma explosão. As formas avançam em direcção ao espectador, consciencializando-o da profundidade, espaço e relação entre as mesmas. O dinamismo e a agressividade são reforçados pela gestualidade que o material riscador (material que mais se relaciona com o desenho do que com pintura) proporciona.
Os objectos assumem-se então como poeiras, restos, deixam de ser objectos. Tornam-se formas indefinidas, quase sem contorno, que se fundem e desvanecem no próprio fundo/espaço.
Samuel Duarte, Outubro 2011
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