Ilídio Salteiro, Ecos que
ainda soam, 2021.Óleo sobre tela, 60 cm x 80 cm
A importância da investigação é crucial para que se cumpra e desígnio
do ensino universitário. Um desígnio que se fundamenta na investigação e não na
cartilha ou manual escolar. Um desígnio que eleva o livre arbítrio e não se
deixa subordinar por regras, normas, definições, conceitos ou preconceitos.
Todos sabemos da importância da investigação, do estudo, da pesquisa, mas,
quando falamos de investigação, seja em que ramo do conhecimento for, estamo-nos
a referir apenas a metodologias. Porque o mais relevante são os resultados, os
produtos, as conclusões ou sejam, as hipóteses de novos rumos que se vão colocando,
que se delineiam, planificam e partilham.
No quadro deste reconhecimento e no momento atual e específico, quando
se pensa numa escola de Belas Artes integrada numa Universidade, é muito
necessário considerar tanto a investigação em contexto universitário, como o
pragmatismo comercial e empresarial do mundo da arte.
Falando metaforicamente é necessário considerar o laboratório
farmacêutico em paralelo com a farmácia. Ou seja, distinguir o produto de
consumo da investigação que lhe deu origem. Ambas possuem de valores que se
complementam, mas não podem ser considerados com os mesmos parâmetros.
Por um lado, temos o conhecimento original, por outro lado temos um número
infindável de aplicações.
O produto vive da concorrência, da procura, da raridade, da
funcionalidade e da existência de um sistema exterior, capitalista, liberalista
ou outro.
A Investigação vive da pergunta, da experiência e da resposta. Inicia-se
uma investigação por causa da vontade de saber, de conhecer, de descobrir, de viver.
Vive do pensamento racional, emotivo, intuitivo, contraintuitivo. Vive de experiências
exitosas ou falhadas. Vive de muitas perguntas (muito mais perguntas do que
respostas). Vive do fazer fazendo, descodificando, descobrindo os rumos que a
Vida toma.
Ilídio Salteiro
Lisboa, junho 2021.
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