05/01/2010

Omnipresenças


ILIDIO SALTEIRO
Omnipresenças, 2006.
Óleo sobre tela, 150 cm x 100 cm
A aparente dissemelhança entre os quatro trabalhos expostos nesta exposição colectiva, tendo a emoção e a forma a separa-los, têm, no entanto, o pensamento e a razão a uni-los.
Em 2006 iniciou-se uma guerra: a guerra do Líbano. Antes e durante houve muita informação, muita imagem, muitos comentários e opiniões mas, posteriormente, uma penumbra invadiu o “teatro das operações” até se atingir uma escuridão absoluta como se nada tivesse acontecido.
Pouco a pouco esta guerra foi transformada num “processo arquivado na história” com um nome, uma data, muitos relatórios e dados estatísticos.
Esta informação técnica sobre mundos desfeitos a que nos habituaram, significa uma permanente vigilância por entidades mecânicas amigas, inimigas, protectoras ou agressoras mas, sobretudo, capazes com a sua omnipresença, de reduzirem ao ínfimo a condição humana.
Hoje qualquer guerra, quando não vivida por dentro, é semelhante. Apenas diferem os locais, os protagonistas e os meios.

Pode-se escrever

Pedro Oom (14 de junho de1926 - 26 de abril de 1974):  escritor e poeta surrealista português, ligado ao neorrealismo, ingressou, no final d...